O futebol é um esporte coletivo, cada atleta dentro de campo ocupa um determinado espaço e tem uma determinada função, ligado a isso, cada atleta deve estar muito bem preparado em todos os aspectos, em especial, sobre a força e velocidade para corresponder a altura as exigências impostas pelo jogo.

ORIGENS

O método pliométrico foi criado na ex-União Soviética no final da década de 60, pelo professor Doutor Yury Verkhoshanski, uma das maiores autoridades mundiais em treinamento desportivo.

PLIOMETRIA

O termo “pliometria” está sendo substituído por “exercício cíclico de alongar e encurtar” (FLECK e KRAEMER, 1999). O termo pliometría se utiliza para descrever o método de treinamento que busca reforçar a reação explosiva do indivíduo e consiste em ativar um primeiro músculo mediante uma fase excêntrica para passar em seguida a ativar a fase concêntrica que segue deforma natural, “ciclo estiramento-encurtamento”.

De acordo com Dantas (2003) e Mesón & Ramos (2001), o treinamento pliométrico desenvolve a força explosiva dos músculos e da capacidade reativa do aparelho neuromuscular, que tem o tipo de fonte de energia anaeróbia alática (ATP – PCr).

A FORÇA EXPLOSIVA

É a capacidade de desenvolver a máxima tensão muscular, do ponto de vista dinâmico, com a menor oposição possível e no mínimo tempo. (DANTAS, 2003)

MÉTODO PLIOMÉTRICO – DESCRIÇÃO DA AÇÃO MOTORA DO SALTO:

Ao aterrissar depois de um salto de uma altura “H”, o atleta gera uma força “G” que é resultado da ação da força de gravidade sobre a sua massa corporal. Esta força é superior à força muscular que ele mesmo é capaz de desenvolver F=(G>F). Ou seja, ocorre uma contração excêntrica, em seguida uma contração concêntrica imediata, neste momento há um armazenamento de energia elástica que potencializa a força empregada pelo indivíduo (BARBANTI, 1998; FLECK e KRAEMER, 1999). “A energia elástica armazenada na proteína contrátil do músculo só poderá ser utilizada quando o alongamento antecede imediatamente o estiramento” (BARBANTI, 1986).

Segundo Fleck e Kraemer (1999), a energia elástica pode ocasionar uma diferença de cerca de 20 a 30% entre um salto com mudança rápida da contração excêntrica para concêntrica sobre um que não envolve o ciclo alongamento-encurtamento, devido a um maior tempo gasto na mudança da contração excêntrica para concêntrica.

TIPOS DE SALTOS

Os tipos de saltos utilizados são variados, mas podemos resumi-los em três:

1 – Saltos Horizontais: onde o atleta projeta seu corpo horizontalmente, ou seja, para frente.

2- Saltos Verticais: onde o atleta projeta seu corpo verticalmente, ou seja, para cima.

3 – Saltos em Profundidade: esses tipos de saltos promovem força reativa, onde o atleta “cai” de determinada altura, e após o amortecimento da queda realiza outros saltos.

Em relação à altura de queda (seja caixotes ou outro material), temos alguns estudos científicos que podem nos orientar. A altura de queda difere bastante na opinião dos estudiosos. Os motivos para isso, na opinião de Barbanti (1986), podem ser pelas características diferentes dos estudos realizados, ou pelo nível de condicionamento das pessoas testadas. Quedas acima de 1,1m, o exercício acaba se transformando em um esforço mais próximo daquele voltado para o desenvolvimento da força máxima, e não da força explosiva (HERNANDES JÚNIOR, 2002). Podendo até causar lesões.

FATORES FISIOLÓGICOS DA PLIOMETRIA

1 – Constituição do músculo: Tipos de Fibras
2 – Fatores nervosos: Recrutamento de fibras, sincronização de unidades motoras
3 – Fatores relacionados com o Estiramento: Reflexo miotático e elasticidade muscular

1. Constituição dos Músculos:

Tipos de Fibras
Cargas baixas – Fibras lentas (ST)
Cargas médias – Fibras ST e FT IIa
Cargas altas – Fibras ST e FT IIa e IIb (2)

2. Fatores Nervosos:

Sincronização de unidades motrizes – Ao aumentar a força negativa, o grau de exitação das unidades motoras diminui e mais unidades motoras são recrutadas.

3. Fatores como Estiramentos:

Acumulação de energia elástica e disparo dos reflexos miostáticos – A relação entre armazenamento e utilização de energia elástica, reflexo de estiramento e atividade dos órgãos tendinosos de golgi, determina três variáveis criticas que condicionam o trabalho de força sobre a base do “ciclo estiramento-encurtamento”.

INTENSIDADE DOS SALTOS PLIOMÉTRICOS

Bompa (2003), diz que “o nível de intensidade é diretamente proporcional a altura e/ou a duração do exercício”, e divide os exercícios em dois grupos principais, conforme o grau de impacto desses exercícios no sistema neuromuscular:

Exercícios de baixo impacto:

Os exercícios de baixo impacto são caracterizados por saltos com corda, skipping, saltos diversos, passada curta e baixa. E saltos sobre bancos baixos, de 25 a 35 cm.

Exercícios de alto impacto:

Já os exercícios de alto impacto são representados por saltos em distancia e triplo, saltos com passadas altas e longas, saltos sobre bancos altos, mais de 35 cm, e saltos em profundidade (saltos reativos).

Segundo Mesón e Ramos (2001), “o limite de exercício com saltos deve acontecer muito antes do atleta se sentir cansado”. O limite é determinado pala carga nos ligamentos e “pela diminuição da capacidade do sistema nervoso central de manter o nível elevado da intensidade e da corrente dos estímulos motores”.

ALTURA DA QUEDA (segundo alguns estudiosos)

Verckoshanski (1967) – 75 – 100 cm
Asmussen e Bonde-Petersen (1974) – 40 cm
Katschajov (1976) – 80 cm
Komi e Bosco (1978) – 62 cm
Wilt (1979) – 30 – 46 cm

ENTÃO, QUAL É O MÉTODO PLIOMÉTRICO MAIS EFICAZ NO TREINAMENTO DE FORÇA EXPLOSIVA PARA GOLEIROS?

Em minha opinião, não existe o “melhor” método pliométrico, existem caminhos que nos levam a um determinado resultado. Porém, dentro da ampla variação de exercícios, existe alguns exercícios que nos levam a resultados melhores do que outros. Cabe ao preparador de goleiro elaborar, escolher e selecionar os exercícios que irão corresponder as necessidades e objetivos dos treinamentos de força explosiva.

Dentro das inúmeras ações defensivas do goleiro no jogo, o goleiro utiliza basicamente saltos, ou seja, saltos para se deslocar, fazer defesas e intervenções de bolas alçada na área. Aliado a isso, os goleiros realizam inúmeros tipos de movimentos em seu deslocamento – passadas para frente, para traz, laterais e combinações dessas passadas.

EXEMPLO DE TREINO DE FORÇA EXPLOSIVA PARA GOLEIROS

A preparação do goleiro de alto nível se refere a diferentes capacidades físicas. Dentre elas, a que o goleiro mais necessita é a força, e em suas distintas formas, a força explosiva é a que o goleiro mais utiliza em suas ações durante o jogo. No exemplo de treino descrito a baixo, o recrutamento de fibras musculares é mais rápido e a quantidade de fibras recrutadas é maior, gerando assim, um altíssimo nível de força explosiva do sistema neuromuscular.

CONCLUSÃO

Esse artigo não tem o objetivo de encontrar a “receita do bolo”, mas de levar os preparadores de goleiros há refletir sobre os treinamentos e as metodologias que estão sendo aplicadas com seus goleiros.

Precisamos pensar seriamente sobre o que estamos fazendo, como estamos fazendo e com qual o objetivo fazendo.
Volto a repetir, não existe “receita de bolo”, porém, dentro da ampla variação de exercícios, existem alguns exercícios que nos levam a resultados melhores do que outros.

BIBLIOGRAFIA

VERKHOSHANKY, Y. V. Todo sobre el método Pliométrico: médios y métodos para el entrenamiento y lá mejoria de la fuerza explosiva. 1ª Edição. Barcelona: Paidotribo.

BARBANTI, Valdir José. Teoria e Prática do Treinamento Esportivo. São Paulo: Edgar Blücher, 1979.

MESÓN, J; RAMOS, O. M. La fuerza explosiva de membros inferiores em los jogadores de hockey, EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, 2001.

FLECK, Steven; J. KRAEMER, Willian J. Fundamentos do Treinamento de Força Muscular, Porto Alegre: Artes Médicas Sul Ltda,1999.

DANTAS, Estélio H.M. – A prática da preparação física. 4a ed., Rio de Janeiro. Shape, 1998.

BOMPA, T. O. Treinamento de Potência para Esporte. São Paulo: Phorter Editora, 2003.

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